segunda-feira, 14 de junho de 2010

Samba do Resignado

De fato, confesso que respiro o teu amor
Não adianta tentar mentir, sofrer ou chorar
Pois as lágrimas fatalmente virariam rios
Ou quem sabe fariam um novo lindo mar
Negar seria como jogar fora a beleza, os lírios
E viver uma vida vazia cheia mágoa e dissabor

Admitir, porém, pode causar muita dor
Um medo, uma vontade e um doce lamentar
Todas as esperanças em você fazer depositar
Sem saber ao certo se encontrarão em ti calor
Sonhar conosco juntando as peças nos armários
Imaginar se teu sorrir é meu, de outro ou de vários

Cinismo e amor

A tristeza fez sua morada
Tornei-me um prisioneiro
Mesmo sem fazer nada...
Agora tudo um sofrimento traz
Se é dia, se é noite, tanto faz
Você partiu com um sorriso derradeiro

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Finda

Lamento, mas tudo termina
Nossos olhos se encarregaram de falar
Enquanto a boca calava e faltava o ar
Os passos já não eram os mesmos, pois tinham pressa
Em andar em direções opostas, minha menina
Eu queria dizer o contrário, mas a verdade é essa

Acontece

Que brote silêncio
E que ele seja meu, somente meu
Até que eu não mais suporte
E faça dele um grito teu

Fez-se

Numa noite cheia de contratempos
De forma efêmera fui tudo
Misturou-se em mim frio e cio
Tudo se fez ao mesmo tempo
Até consegui tirar meu escudo
Pura ilusão
Nem toda tristeza nasce de um não
No fim do dia, de novo vazio

sábado, 3 de abril de 2010

É isso

Atirou-se...
Revoando como uma ave
Foi ver o mundo
Sem nunca achar seu ninho

Atirou-se...
Fechou a porta e jogou a chave
Por aí fez vagar seu coração vagabundo
Envolto por pessoas, chorou sozinho

Atirou-se...
Preso em algo, talvez em um conclave
Que ao mesmo tempo é belo e imundo
Fez-se novamente pranto no caminho

Atirou-se?
Agora tanto faz
Atirou-se!
Agora jaz.