domingo, 22 de março de 2009

Eu dou um jeito

Como mágica as palavras sumiram
De minha boca
Dos meus rabiscos
Da minha mente
E somente essa dor
Atinge e deixa a vida oca
Levando a vários riscos
Pungente
Provocando medo e terror
Mas eu invento uma engenhoca
Daquelas que toca discos
E que mesmo em hospícios enlouquece a gente
Pra sair desse estupor

Livrai de todos os males, amém!

Ah, vício...
Livrar-me quero
Repito
Reflito
Insisto
Consigo
Mesmo que por instantes
Repito
Reflito
Insisto
Consigo?
Ao menos tirei tua foto da estante

Não era pra ser assim

Eu não consigo entender
Como esquizofrênicos ouço vozes
Vejo teu vulto e sinto teu cheiro
Eu não consigo entender
Essa raiva típica dos algozes
Misturada a lembranças nostálgicas de outro janeiro
Eu não consigo entender
Como corações tão velozes
Bateram mais que um compasso corriqueiro
Eu não consigo entender, juro que não consigo
Como num mundo tão vasto só em tu encontro abrigo

quarta-feira, 18 de março de 2009

Abandonar o barco?!

Reconstruir e seguir...
Essa deve ser a batida
Sem ritmo e mal conduzida
Arrítmica e com pouco fluir
Parte de mim é alívio
E outra pranto
Carícias como acalanto
Devem surgir e ludibriar
Enganar a quem?
Se diante de tantos poréns
Não mais me vejo ou reconheço
Sei que envelheço e não mais mereço
Tudo de bom que podia ser oferecido
E sou reconduzido a ficar contido
E as arritmias tornam-se mais severas
Provocando diversas seqüelas
Mas sei que devo seguir...ou seria partir?

sexta-feira, 6 de março de 2009

Deixe-me ir

Encruzilhadas a parte
Sei que nosso amor merece um aparte
Não sei se pra sempre ou por algum tempo
Servirá para nós e pra ele próprio
Pois seria impróprio
Deixá-lo padecer
Meu coração é um barco
Daqueles que fica à deriva
E mesmo sem saber o rumo
Presumo, que será embalado por ondas de despedida.

Fernando Tenório ouvindo Cartola

Embriagado amor

Insatisfação crônica
Repaginada sob a forma de cotidiano
E ainda são proferidos falsos eu te amo
Sendo que o medo é o pai de um ledo engano
Uma angústia velada, rechaçada
Que só a velha cachaça libera
De forma onde o sofrimento é vomitado
Pra ser cicatrizado, mas o coração não coopera
Sem dúvidas, um grito que sobe sem escadas
Ecoa sempre e nunca é ouvido
Mas é sentido
Ou suprimido e sai tombando entre as calçadas

Fernando Tenório lembrando da aula

Acerto de contas

Eu bato a porta
Viro
Fico de costas
Tiro
Reviro
Das coisas? Nada mais importa
Confiro
O que foi atingido antes de fechar as contas


Fernando Tenório sem inspiração e sem tempo.