terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O enlance

Hoje tem bolo, champanhe e glacê
Promessas cumpridas
Embriagadas despedidas
E a sóbria noiva ensaiando jogar o buquê

Hoje tem bolo, champanhe e glacê
As famílias convocadas
Murmúrios cortantes, comentários ardis, vidas dilaceradas
Os ex amores na deprê

Hoje tem glacê, champanhe e bolo
Eternos cúmplices do mesmo pecado
Agora abençoado, depois acomodado
Dançando a valsa, imaginando castelos, tijolo a tijolo

Hoje tem glacê, champanhe e bolo
Perante o padre, os beijos calientes
Fotografados milimetricamente são mais prudentes
Carícias carentes sem dolo

Hoje tem bolo, glacê, champanhe
Objetivos concretizados, outros nem tanto
Sorrisos irradiantes varrendo todos os males para o canto
Sonho que ele jamais sonhe

Hoje tem bolo, glacê, champanhe
Felizes pra sempre, na saúde e na doença
Na alegria e tristeza, ser fiel para que nenhum mal os vença
Vão em paz e que Deus os acompanhe

Fernando Tenório retratando um festa, mais um cotidiano...

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